Winter Festival - O Evento...

Criar opinião, sugerir roteiros, ajudar o nosso visitante a aproveitar a sua trip desfrutando as melhores cervejas, esse é o nosso objetivo.
Queremos guiar a sua viagem pela experiência de apreciar uma boa cerveja, queremos saciar a sua sede de novas experiencias, de conhecimento, de história, de viver bem.
Pensando nisso, estamos presentes na divulgação e apoio ao evento Winter Festival que será realizado no próximo dia 10 de agosto de 2024 nas dependências da Cervejaria Farol .
Com o objetivo de difundir a cultura cervejeira na região das Hortênsias, mostrando que cerveja não é feita apenas para verão mas, para qualquer estação, o evento contará com a presença das cervejarias da Região da Hortênsias.

Conhecendo um pouco mais as cervejas do evento:


O que é uma Smash IPA?


A maioria das cervejas, especialmente as IPAs, utilizam várias variedades de lúpulo. Algumas podem usar mais de seis tipos diferentes para alcançar o perfil de sabor e aroma desejado. Embora essa diversidade possa criar uma complexidade de amargor e outros elementos de sabor, é difícil ter uma noção clara do que cada variedade individual de lúpulo pode trazer para uma receita de cerveja.
O termo em inglês "smash" é a sigla para "single malt and single hop", ou seja, malte único e lúpulo único em português. O objetivo das chamadas Smash IPAs é proporcionar uma experiência sensorial do perfil de um determinado lúpulo, em combinação apenas com um tipo de malte.

O apelo das Smash IPAs


A produção de cerveja pode ser um processo elaborado, mas há beleza em manter as coisas simples. Por isso, as Smash IPAs podem ser tão interessantes, pois permitem que os sabores de um único lúpulo e um único malte se revelem de forma descomplicada, mas repleta de sabor.
No entanto, a seleção do malte para esse tipo de cerveja requer algumas considerações. Primeiro, ao escolher uma variedade de lúpulo para as Smash IPAs, é interessante selecionar uma que seja adequada para uso em qualquer etapa do processo de fabricação.
Lúpulos cuja utilização seja muito focada em uma determinada etapa do processo serão mais difíceis de encaixar com sucesso na receita. Assim como com o malte, é crucial selecionar um lúpulo que complemente e equilibre o caráter do malte.
Se você tem curiosidade em conhecer combinações simples de malte e lúpulo, as Smash IPAs são a opção ideal e lhe oferecerão diferentes caminhos a serem explorados.

Rauchbier: A Cerveja Que Evoca o Sabor da Fumaça


A Rauchbier é um estilo de cerveja alemã que se destaca por seu sabor intenso e característico de fumaça. Originária da cidade de Bamber, região da Francônia, na Alemanha, essa cerveja artesanal carrega consigo uma rica história e uma personalidade única.
O que torna a Rauchbier tão singular é o processo de secagem do malte, que envolve a exposição dos grãos de cevada à fumaça de madeira. Isso confere à cerveja notas fumegantes que remetem a churrasco, bacon ou até lenha queimada, criando uma experiência sensorial complexa e intrigante.
Apesar dessa forte presença do sabor da fumaça, a Rauchbier não é uma cerveja unidimensional. O malte tostado também contribui com notas de caramelo, chocolate e até mesmo frutas secas, criando uma estrutura de sabor equilibrada e envolvente.
Na aparência, a Rauchbier geralmente apresenta uma coloração que varia do âmbar escuro ao marrom avermelhado, com uma espuma cremosa e bem formada. Seu corpo é encorpado, com uma carbonatação moderada que ajuda a equilibrar a ousadia dos sabores.
Para apreciar uma Rauchbier, é importante estar disposto a experimentar algo fora do comum. Essa cerveja não é para todos os gostos, mas aqueles que se aventurarem serão recompensados com uma experiência olfativa e gustativa que evoca memórias e sensações únicas.
Seja degustando sozinho ou acompanhando pratos como carnes grelhadas, queijos curados ou pratos típicos da culinária alemã, a Rauchbier se destaca como uma cerveja artesanal repleta de personalidade e que merece ser explorada por amantes de cervejas com caráter.

Doppelbock: A Sublime Luxúria Maltada


Dentre os estilos de cerveja alemães, a Doppelbock se destaca pela sua magnitude e complexidade de sabores. Originária da Baviera, essa cerveja artesanal é considerada uma das expressães mais refinadas e satisfatórias do poder do malte.
O que torna a Doppelbock tão única é a sua concentração e intensidade de aromas e sabores. Ao longo do processo de elaboração, os mestres cervejeiros permitem que os grãos de cevada atinjam um estado avançado de caramelização, resultando em notas dominantes de caramelo, toffee, pão torrado e até mesmo frutas secas.
Essa riqueza maltada é complementada por um perfil alcoólico mais elevado, que geralmente varia entre 7% a 12% ABV. Apesar dessa robustez, a Doppelbock mantém um equilíbrio surpreendente, com uma suavidade e elegância que a tornam uma experiência de luxo para os sentidos.
Na aparência, a Doppelbock exibe uma coloração que pode variar do âmbar profundo ao marrom escuro, com uma espuma cremosa e persistente. Seu corpo é firme e aveludado, criando uma sensação de ousadia e refinamento na boca.
Para desfrutar plenamente de uma Doppelbock, é recomendado saborear lentamente, permitindo que os aromas e sabores se desenrolem gradualmente. Ela se harmoniza excepcionalmente bem com pratos ricos, como guisados, carnes grelhadas, queijos curados e sobremesas ricas em chocolate.
A Doppelbock é uma cerveja que desafia os limites do que se pode esperar de uma bebida fermentada. Sua grandeza maltada e sua elegância alcoólica a elevam a um patamar de luxúria e satisfação, tornando-a uma experiência singular para os apreciadores de cervejas artesanais.

Russian Imperial Stout, basicamente RIS...


A cerveja dos Czares....


O mais antigo registro do uso da palavra "Stout" para descrever uma cerveja é do ano de 1677 em uma carta que dizia: "Vamos beber a sua saúde tanto uma Stout como o melhor vinho" (DANIELS, 2000, p. 429). Nesse período, "Stout" aparecia apenas como um adjetivo para designar uma "cerveja forte".
Tudo começou quando Pedro, o Grande, ao visitar a Inglaterra em 1698, se apaixonou pelas iguarias britânicas e levou consigo alguns barris da bebida para a Rússia. Embora conste que sua bebida favorita era o Brandy com pimenta, há registros de que ele apreciava as cervejas britânicas, principalmente as mais fortes ou "Stout". O primeiro carregamento de cerveja estragou durante a longa viagem; então a cervejaria Barclay, de Londres, em prol do orgulho cervejeiro britânico, ofereceu uma cerveja com alto nível de lúpulos para uma segunda tentativa - e a mistura obteve sucesso imediato. "Registros mostram que sua sucessora, Catarina, a Grande, também amava as cervejas escuras - e não sá as de Londres" (COLE, 2012, p. 172).
Em 1734, um texto anônimo chamado The London and Country Brewer apareceu pela primeira vez, e teve inúmeras edições nos 25 anos seguintes. "Nesta publicação, 'stout butt beer' aparecia como uma característica das cervejarias londrinas daquela época" (LEWIS, 1995, p. 06).
O termo "stout butt beer" era aplicado para classificar as cervejas fortes que passariam a se chamar "Porter". Portanto, "Toda histária das 'Porters' está diretamente relacionada com o surgimento das 'Stouts'. A família das stouts é formada por um grupo de cervejas com caráter intenso, saboroso e de coloração escura" (MOSHER, 2009, p. 113).
A Porter era feita com teores alcoálicos variados. A "simples" era a mais fraca e barata. As mais potentes eram produzidas para exportação em navios a vapor, principalmente para as terras frias dos mares do Norte e Báltico. Gradualmente, essas Porters mais fortes assumiram nomes práprios: Stout Double e Stout para exportação (JACKSON, 2007).
Em 1764, William Bass, cervejeiro de Burton Upon Trent, passou a exportar pelo porto de Hull, isso até o ano de 1822, quando a Rússia impôs uma taxação devastadora sobre a cerveja britânica, fazendo as cervejas do Reino Unido abandonarem o mercado. Entretanto, alguns sobreviventes continuaram cambaleando, e a Barclay, por fim comprada pela Courage, continuou produzindo a Imperial Russian Stout até meados de 1990 (DORNBUSCH, 2012).
Na década de 1780 a 1790 algumas embarcações saídas de Burton com destino à Rússia, tinham recipientes com o nome Porter. É clara a importância dessa Porter enviada à Rússia pela Barclay, pois foi a partir desta receita que tivemos a origem do que viria a ser o estilo Russian Imperial Stout. Essa Porter era a sua versão mais potente, e viria a ser chamada de Stout por outros cervejeiros. Tornou-se conhecida como Russian Imperial Stout, que permanece sendo feita até hoje com pequenas adaptações da receita original (FOSTER, 2014).
Terry Foster afirma que "Barclay Perkins foi o criador da cerveja Russian Imperial Stout", embora ele não especifique uma data. Barclay era uma famosa cervejaria fundada em 1781 e continuou a operar com esse nome até se juntar com a Courage em 1955 (DANIELS, 2000, p. 443). Hoje a Courage faz parte da Cervejaria Charles Wells que por sua vez é subsidiada pela Marston's Brewery.
O rátulo da Courage Russian Imperial Stout, comercializada nos dias atuais, faz duas afirmações: "Originalmente fabricada para Catharina II, Imperatriz Russa" e "Fabricado a mais de 200 anos" (DANIELS, 2000, p. 443). Catharina foi imperatriz da Rússia de 1762 até sua morte, em 1796. O período que vai da fundação da Barclay até a morte de Catharina é de apenas 15 anos, de 1781 a 1796.
Essa Russian Imperial Stout da Courage, que sobrevive até os dias atuais, é certamente o exemplar mais antigo que continua sendo comercializado. Sua receita inclui maltes Pale, Amber e Black, assim como um pouco de açúcar. É claro que o malte preto contradiz a ideia que diz "Fabricado a mais de 200 anos", já que o malte Black, sá começou a ser desenvolvido da forma como o conhecemos hoje a partir de 1817, com a máquina de torrefação de Daniel Wheeler (DANIELS, 2000).
"Em 1817, Daniel Wheeler patenteou sua máquina de torrefação. Esse equipamento permitia a torrefação precisa do malte e da cevada crua (não maltada), dando origem a cervejas pretas com intenso sabor torrado" (OLIVER, 2012, p. 211). Com o tempo, a palavra Porter foi abandonada e a cerveja passou a ser conhecida simplesmente como Stout. Nos séculos XVIII e XIX, a Imperial Stout também inspirou cervejas destinadas ao Caribe, onde nutriam e refrescavam os trabalhadores, capatazes e comerciantes.
"A West Indies Porter, da Guinness, é a precursora da atual Guinness Foreign Extra Stout, uma cerveja amarga e forte, com um toque ácido característico. O clima quente do Caribe parece não combinar muito bem com uma cerveja escura e forte, mas ela ainda desfruta de uma popularidade notável na região, onde é considerada revigorante e até mesmo afrodisíaca" (OLIVER, 2012, p. 214).